A camisa 33 figura entre as mais queridas do Basquete Cearense desde o surgimento do time. O dono dela tem 20 anos de carreira e nos últimos sete, criou laços com a torcida do Carcará e com a cidade de Fortaleza. O ala-pivô Felipe Ribeiro começou no basquete profissional aos 23 anos quando jogou pelo Bauru, sob o comando do técnico Guerrinha.

“Eu sempre batalhei para realizar o sonho de ser jogador de basquete. Trabalhei em vários ramos, mas sempre com o foco de ser atleta. Joguei campeonatos universitários, passei pelo Sport de Recife, fui para Campina Grande, e mesmo tendo uma trajetória diferente da maioria dos jogadores, tenho muito orgulho dela. Vivi anos maravilhosos em São Paulo, foi quando joguei um torneio no México com o Bial que ele me chamou para a seleção brasileira militar e conversou comigo sobre o projeto do Basquete Cearense”, explica Felipe.

O ala-pivô fez sua melhor temporada da carreira no NBB logo no primeiro ano de Basquete Cearense, alcançando médias de 15 pontos e 8,4 rebotes por jogo. “Em 2012 fiz uma temporada muito especial, pude dar continuidade ao que eu vinha realizando no Paulistano e foi inesquecível. Batemos na trave para chegar às semifinais, vivenciei praticamente as temporadas, sai só um ano. Estou feliz e tenho o sonho de ver esse time longe. Acredito que o Basquete Cearense, o torcedor, o estado, a região merece ver esse time em uma Sul-americana, Liga das Américas e, quem sabe, fazer uma final no CFO lotado, batendo recorde de público, aí eu vou acalmar meu coração”, ressalta Felipe Ribeiro.

Além do basquete, o jogador se dedica ao kitesurf, modalidade pela qual se apaixonou logo que chegou em Fortaleza quando um amigo o levou até a praia do Cumbuco. “Estacionamos perto de uma lagoa, fiquei olhando as pessoas praticando e imaginei qual seria a sensação. Um mês depois eu estava com equipamento, fazendo curso e hoje eu me aventuro em qualquer mar. É o meu segundo esporte”, detalha.

Felipe se refere ao torcedor do Carcará sempre com muita gratidão, pois independentemente da situação do time, ele afirma que o apoio vem acima de tudo. Para ele, além da vivência em quadra, muitas ações fora dela o marcaram. “Vivi muitos momentos importantes na carreira, muitas conquistas coletivas e individuais, mas o que acho mais legal no esporte são ações como a que fizemos de visitar a Ivily, de 11 anos, em Crateús, as idas ao Titanzinho, são histórias legais, emocionantes e que eu dou muito valor”, destaca o ala-pivô.

Felipe ainda chegou a anunciar em sua rede social que essa temporada seria a última da carreira, mas o atleta acredita que ainda tem muito para contribuir com a modalidade.

“Eu tenho noção da minha carreira, da minha idade, de tudo que fiz, sou muito motivado. Estou fisicamente bem e eu gosto de jogar basquete. Eu tenho essa ligação com o Basquete Cearense, acredito muito no projeto, em tudo que vivenciei. Você ter uma torcida dessa, ginásio como CFO e Paulo Sarasate, está em uma capital do Brasil que é referência no Nordeste, com uma forte pegada turística, é algo muito grande. O passo foi dado, vivemos muitas coisas, mas o time não chegou nem a sua adolescência ainda. Provavelmente eu não terei o protagonismo dentro de quadra porque muitos outros poderão ter mais tempo de jogo, mas que quero ver o sucesso do time, com os outros ajudando e eu vou poder dar o suporte dentro e fora de quadra, eu ainda corro pra caramba”, finaliza Felipe.

O jogador vive uma nova experiência. Neste mês, lançou o livro infantil “O Mistério do Titanzinho”, que através de uma mensagem inspiradora, pretende ajudar as crianças a lutar e nunca desistirem dos seus sonhos, além de mostrar a importância do esporte e do espírito de equipe. “É uma relação com o Ceará, com a praia do futuro, com o Titanzinho, com o basquete. Com a percepção da diferença social existente, criei uma história sobre a realidade de uma menina que vive em um condomínio fechado no bairro Dunas e a realidade de um menino que vive no Titanzinho, eles se encontram e ao longo da narrativa, é possível entender que entre crianças, esporte, não tem diferença social”, relata o ala-pivô.